Agência FAPESP - O consumo de suco de laranja aumenta a quantidade de substâncias no organismo humano que auxiliam na proteção contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Mas não adianta consumir litros de suco de uma única vez, o ideal é manter o consumo regular de pelo menos um copo por dia.
A conclusão foi obtida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, no interior de São Paulo, onde pesquisadores do Grupo de Nutrição realizaram um experimento para avaliar a relação entre suco de laranja e redução de fatores de risco associados a problemas do coração, como hipertensão e colesterol elevado.
A pesquisa investigou, durante três meses, os resultados da ingestão diária de meio litro de suco em um grupo de 18 homens e 23 mulheres, com idades entre 30 e 60 anos. Após o período, foi constatado aumento nos níveis de colesterol bom (HDL), além da diminuição do colesterol ruim (LDL) e de triglicérides (moléculas de gordura) no sangue dos indivíduos.
Segundo Thais Borges César, professora da FCF e coordenadora do estudo, foi verificado um aumento de 17% no nível de HDL entre os homens e de 6% entre as mulheres. “Ao aumentar o colesterol bom, o indivíduo fica mais protegido contra doenças ateroscleróticas, ligadas ao entupimento de artérias cardíacas”, disse Thais à Agência FAPESP. Os resultados também mostram que consumo de suco de laranja ajudou a controlar a pressão arterial das pessoas.
“As lipoproteínas HDL limpam o colesterol que é depositado nas artérias. Quanto maior a concentração de HDL na corrente sangüínea, menor o risco de formar placas gordurosas, que podem levar o indivíduo a ter infarto do miocárdio”, explica.
Segundo a pesquisadora, dois flavonóides cítricos presentes na fruta podem ser os compostos químicos responsáveis pelo efeito benéfico. “A hesperidina e a naringenina provavelmente influenciam diretamente o aumento do colesterol bom”, afirma Thais.
O próximo passo do estudo, financiado pela Associação Laranja Brasil, entidade que reúne empresários da agroindústria ligada à exploração da fruta, será isolar as duas substâncias para analisar sua eficácia. “Se o papel delas for comprovado, nossa intenção é potencializar os efeitos desses flavonóides cítricos e produzir sucos enriquecidos”, diz a pesquisadora.
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